No terceiro dia consecutivo de paralisação dos transportes públicos no Grande Recife, a Polícia Militar prendeu o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima. O sindicalista fazia parte do piquete dedicado a impedir a circulação de ônibus na capital pernambucana em meio à greve da categoria, quando foi empurrado e jogado ao chão pelos gorilas.
Embora a governadora de Pernambuco Raquel Lyra (PSDB) tenha se pronunciado no Twitter criticando a ação dos PMs dizendo que “respeita o direito à greve e a luta dos trabalhadores”, qualquer pessoa normal sabe que os policiais jamais teriam a conduta demonstrada sem apoio político.
Em nota, a PM-PE disse que “ele [Aldo Lima] não obedeceu [a ordem para liberação da passagem dos ônibus], desacatando o policiamento e resistindo”. O patronal Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana) comentou o caso ao portal G1 (do Grupo Globo), responsabilizando Lima pela truculência sofrida e ainda criticando a tentativa de impedir que fura-greves atuassem.
“As lideranças rodoviárias continuam promovendo bloqueios, piquetes e tentando impedir trabalhadores que não desejam participar do movimento grevista de exercerem as suas atividades”, disseram os patrões em nota divulgada no portal (“Ônibus com pneus furados e prisão de presidente de sindicato marcam 3º dia da greve de ônibus; metrô volta a funcionar no Grande Recife”, 28/7/2023).
O G1 informa ainda que o sindicalista fora solto por volta de 7h40, mas o ataque ao direito de greve permanece como uma grave ameaça aos trabalhadores. Por isso mesmo, é preciso uma ampla mobilização das categorias operárias pela retomada do direito de greve, na prática, perdido.