No final da semana passada, Magno de Souza, ex-candidato ao governo do Mato Grosso do Sul pelo Partido da Causa Operária (PCO) e militante do Comitê de Luta Guarani-Caiouá de Dourados, foi preso, em Dourados, após operação da polícia militar que prendeu outros 9 índios Guarani-Caiouá da região. Estes estavam na retomada Iwu Vera, assegurando as suas terras que estavam sendo griladas pela construtora Corpal, que, por sua vez, quer utilizar o terreno indígena para construir um resort de luxo.
O processo de prisão dos companheiros, assim como é na maioria dos casos e, em especial, no Mato Grosso do Sul, foi completamente fraudulento. Em primeiro lugar, os policiais não possuíam ordem judicial necessária para realizar a operação. Nem mesmo um representante da Funai estava presente, algo também requerido nesse tipo de situação. Em segundo lugar, a PM prendeu os índios Guarani-Caiouá os enganando, como mostra reportagem do Diário Causa Operária.
O caso fica ainda mais absurdo quando levamos em consideração que Magno de Souza não estava presente no momento da operação policial e nem mesmo fazia parte da retomada Iwu Vera! Foi conduzido à delegacia de outro local por ser considerado o “líder” da retomada, mais uma informação falsa.
Um dos aspectos mais farsescos do processo contra Magno, porém, é o fato de que está sendo acusado de porte ilegal de arma de fogo. Os policiais militares encontraram um calibre 22. em uma das barracas da retomada e, por isso, querem indiciar todo o grupo de índios por porte de arma. Uma deformação da lei utilizada pelo judiciário para perseguir os seus inimigos políticos.
O companheiro Magno, junto com todos os índios ilegalmente presos pela operação policial, devem ser soltos imediatamente. Os latifundiários e seus amigos de dentro do regime político, como é o caso do tribunal que julgou o caso em questão, atacam cada vez mais os indígenas e os sem terra. É preciso revidar e, para isso, é preciso organizar comitês de autodefesa e, de maneira geral, a luta no campo.