A CPI do MST ouviu no último dia 9, em Brasília, o ex-membro do movimento Elivaldo da Silva Costa, conhecido como Liva do Rosa, nome dado em referência ao assentamento Rosa do Prado, localizado no sul da Bahia. Candidato a deputado estadual pelo PL (partido de Bolsonaro) nas eleições de 2022, o bolsonarista foi levado ao plenário da Câmara e fez o que dele se esperava: atacou o movimento.
Ocorre que, conforme denúncia do sítio Brasil de Fato, isso já era esperado pelo MST. “Em 28 de setembro de 2021, Jair Bolsonaro (PL), então presidente da República, entregou o título de domínio (TD) de propriedades rurais para pequenos agricultores na Bahia” (“Quem é Liva do Rosa, ‘soldado’ de Bolsonaro e ex-membro do MST que será escutado por CPI nesta terça (8)”, Igor Carvalho, 8/8/2023), denuncia o órgão, acrescentando que “um dos beneficiados pelo documento fundiário foi Liva do Rosa. Ele recebeu seu título das mãos de Bolsonaro e de seu secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia”, conclui.
Já na época, Liva tentara cooptar assentados com o intuito de enfraquecer o MST na Bahia, segundo assentados, através de toda sorte de coerções, incluindo ameaças. Segundo a ex-presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Rosa do Prado, Joceli Rocha, foi através do uso de ameaças com seu bando que o bolsonarista levou Rocha a se retirar da presidência da associação, que depois, seria ocupada pelo próprio Liva do Rosa.
Outra depoente é Vanuza dos Santos de Souza, apontada pelo próprio filho como “cooptada” pelo grupo de Liva. “Essas questões não são fáceis para mim, mas são verdades que precisam ser ditas, porque elas constituem um ataque a um coletivo nacional que tem uma importância muito grande nesse país”, afirmou em vídeo publicado no perfil oficial de Brasil de Fato no Twitter, o assentado Cássio Souza Santana, filho de Vanuza.
“Infelizmente, minha mãe foi cooptada. Em 2021, Liva e Nil [que também é ex-integrante do movimento], junto com outros antigos acampados aqui [no sul da Bahia], fizeram um ataque a uma caravana do MST que estava vindo de uma atividade, indo para outra, e eles atiraram no ônibus, colocaram fogo, causaram tumulto no acampamento e sequestraram pessoas”, disse o rapaz.