Relato de cantor Geraldo Azevedo evidencia brutalidade da ditadura militar

Neste dia 31 de março o golpe militar de 1964 completou 59 anos. O golpe orquestrado pelo imperialismo contra o povo brasileiro foi responsável por resultar em uma brutal ditadura que durou décadas no poder. No entanto a queda desta ditadura não significou o fim da tutela militar sob o regime político, e hoje, com as mesmas famílias de militares que golpearam o País em 64 agora organizam uma intensa política de sabotagem golpista ao governo Lula, eleito pelos trabalhadores. Contra a ditadura do passado e do presente, o PCO e os Comitês de Lutam organizaram uma manifestação nacional no dia 31 de março, marcando sua posição contra a tutela militar.

Sobre o assunto. Trazemos hoje o relato de Geraldo Azevedo, que em uma entrevista ao Jô Soares, contou detalhes da sua prisão:

“Eu tenho traumas físicos causados pela tortura até hoje… Eu fui testemunha auditiva do assassinato de Armando Fructuoso (líder sindical), morto após dias de tortura. Eu fui preso, nunca fui processado, fui confundido com outra pessoa. Tomei muito choque durante muitos dias seguidos. Tinha muitos momentos de humilhação. Durante o período que eu estava lá, eles descobriram que havia uma música minha na novela Gabriela. No horário da novela, os torturados colocavam a música e me torturam para me obrigar a dançar e cantar na frente dos torturadores… São coisas que o Brasil não conta. É uma memória que o Brasil não tem. Durante muitos anos eu fiquei com muita vergonha da humilhação que eu tinha passado”.
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