Na sexta-feira (22), a Rússia e a China vetaram no Conselho de Segurança da ONU a proposta de “cessar-fogo” na Faixa de Gaza escrita pelos EUA. Onze membros votaram a favor da resolução, três votaram contra, além dos dois citados, a Argélia. A Guina de absteve.
Os votos da Rússia e da China, dois dos membros permanentes do Conselho de Segurança, contaram como vetos.
Antes da votação, o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, afirmou que seu país apoia um cessar-fogo imediato, mas questionou a linguagem da resolução. Ele disse que a resolução dos EUA não exigia diretamente um cessar-fogo, mas sim “determinava o imperativo” de um cessar-fogo.
Em suas palavras: “para salvar as vidas dos civis palestinos pacíficos, isso não é suficiente” E afirmou que qualquer membro do Conselho de Segurança que votar a favor da resolução “se cobrirá de desonra”.
Nebenzia ainda acusou os EUA de um “espetáculo hipócrita”, dizendo que a proposta continha um “sinal verde eficaz” para “Israel” lançar uma ofensiva militar em Rafá, no sul de Gaza.
Já o representante da China, Zhang Jun, afirmou que a proposta “evitava a questão mais central, a do cessar-fogo”, através de sua linguagem “ambígua”. Em suas palavras: “não fornece sequer uma resposta à questão de realizar um cessar-fogo a curto prazo”.
Por fim, o embaixador argelino na ONU, Amar Bendjama, destacou a ausência de um pedido direto por um cessar-fogo imediato. Ele afirmou: “o texto apresentado hoje não transmite uma mensagem clara de paz. É um passe livre para continuar matando os civis palestinos”.
Separadamente, os 10 membros eleitos do Conselho de Segurança têm elaborado outra resolução com um pedido direto por um cessar-fogo, mas a enviada dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, disse que Washington vetaria esse texto se ele fosse apresentado para votação.