É conhecido que as cadeias brasileiras são um “verdadeiro inferno na terra”.
Para corroborar com essa tese, um exemplo é o relatório que saiu na última semana da Defensoria Pública do estado.
Segundo o documento, “presos e familiares que visitam a Penitenciária de Getulina, no interior de São Paulo, têm acesso restrito à água potável e dificuldade para manter os alimentos sem estragar. A informação faz parte de relatório da Defensoria Pública do estado.”
Além da escassez de água potável, o problema vai além: não há infraestrutura para os presos e também para as famílias que visitam a penitenciária. Um exemplo é a falta de banheiro em condições de uso.
O relatório aponta que não há “estabelecimento comercial ou vendedores ambulantes de água e alimentos, tampouco bebedouro” perto da unidade e ainda que há “racionamento dentro da penitenciária”, de forma que a defensoria recebeu diversas denúncias.
Outra denúncia registrada no documento é que as famílias, antes das visitas, são colocadas em salas minúsculas, de maneira que não há condições de receber idosos e crianças.
Além da penalidade correspondente ao delito do preso, ele é penalizado pela falta e água potável, celas superlotadas e condições precárias e desumanas, em geral. Mas não é apenas o detento. Sua família também é vítima da arbitrariedade estatal, em violação ao princípio democrático básico que diz que a pena não pode passar da pessoa do acusado. Nesse sentido, segundo o relatório da Defensoria Pública:
“Mulheres deixam de se alimentar, beber água e fazer uso de remédios de rotina com receio de que sejam detectadas alterações nos scanners corporais ou de que as imagens sejam consideradas inconclusivas”.
Vê-se, então, que os abusos são enormes para tanto para os encarcerados quanto para suas famílias.
Assim é preciso lutar pelo fim dos presídios, pois é um lugar que destrói a dignidade das pessoas.