Os servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) aprovaram a minuta do termo de acordo com o governo federal e também decidiram por manter a greve. A decisão foi protocolada durante assembleia-geral do Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da Fundação UnB (SINTFUB) na manhã da quinta-feira (27) na Praça Chico Mendes.
Os servidores presentes destacaram que houve algumas conquistas importantes, principalmente em relação às reivindicações de reestruturação da carreira. Esses ganhos incluem o aumento do step de progressão e desenvolvimento da categoria.
“Somente após a assinatura do acordo pelo governo federal e pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), vamos discutir o possível retorno ao trabalho”, informou Edmilson Lima, coordenador geral do Sintfub.
A maioria dos servidores reconhece que as negociações ainda precisam avançar para alcançar uma situação satisfatória para realização do trabalho. De acordo com o Sintfub, na próxima segunda-feira (1), a categoria vai se reunir para deliberar sobre a continuidade da greve. O comando local de greve também deve agendar reuniões com a Reitoria para estabelecer as condições de reposição da paralisação conforme previsto no acordo coletivo.
Entre os pontos acordados com o governo, está a recomposição remuneratória, que será implementada em duas parcelas: a primeira de 9% em janeiro de 2025 e a segunda de 5% em abril de 2026.
Além disso, os servidores concordaram com a implementação do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) para a carreira a partir de abril de 2026. Em nota, o sindicato também relata que a progressão por capacitação se dará a cada 5 anos, com aceleração com redução de 1 ano a cada 5 anos e chegando ao topo da tabela com 15 anos.
Em boletim sobre a atualização da greve, o sindicato informa que o movimento é uma resposta a desvalorização da carreira dos técnico-administrativos em Educação, percebida na corrosão salarial e na falta de reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) e no congelamento salarial imposto desde os governos Temer e Bolsonaro.
“Assim como a manutenção de 0% de reajuste em 2024, como também todo o contexto de trabalho sucateado pelas reduções sucessivas nos investimentos nas instituições públicas de ensino rumo a uma política de estado mínimo”.
Na tarde desta quinta-feira (27), às 17h, os servidores também realizaram um ato em frente ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), durante a assinatura do termo de acordo.
Calendário acadêmico
A reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UnB para reformular o ano letivo ocorreu na tarde desta quinta-feira (27). Foi decidido, com 33 votos favoráveis e 4 abstenções, o novo calendário acadêmico para os dois semestres de 2024.
O primeiro semestre de 2024 termina em 21 de setembro. O período férias foi agendado para 22 de setembro a 13 de outubro. Já o segundo semestre de 2024 começa em 14 de outubro e termina em 22 de fevereiro de 2025. A proposta também inclui o cancelamento do semestre de verão de 2025.
O documento aprovado pelo Cepe ressalta que “a proposta foi elaborada para atender às necessidades técnicas com o menor impacto possível para o ano letivo de 2025 e manutenção dos semestres de verão a partir de 2026”.
Os professores da UnB, que estavam em greve desde 15 de abril, retomaram as aulas nesta quarta-feira (26), após 70 dias de greve. Representada pelo Andes Sindicato Nacional e Sinasefe, a categoria docente da Educação Federal também assinou o termo de acordo com o governo federal nesta quinta (27).
Fonte: Brasil de Fato