A cada dez uma minutos uma mulher grávida pare um bebê na Faixa de Gaza. São dezenas de milhares de mulheres grávidas nos abrigos e nas tendas de refugiados sofrendo altos riscos de contrair doenças, de sofrer abortos ou até de serem assassinadas pelo exército de “Israel”. O portal libanês al-Mayadeen entrevistou mulheres palestinas na Faixa de Gaza abordando essa questão.
Shaira al-Firane abortou seu filho no sexto mês da gravidez. Ela declarou: “havia uma mulher no centro que tinha experiencia em auxiliar mulheres no processo do parto. Devido ao corte nas comunicações, ela foi forçada a realizar os procedimentos de parto dentro dos centros de refugiados. Isso causou a morte de muitos bebês recém-nascidos poucas horas após o nascimento. Também causou grande deterioração da saúde das mães”.
Soha Abou Hani, uma especialista em saúde de mulheres e crianças, afirmou: “as mulheres gravidas em centros de refugiados estão passando por muitos riscos, mais notavelmente a poluição, a difusão de doenças infecciosas, o declínio no sistema de saúde para os piores níveis. Isso as coloca, e também coloca os fetos, em risco de morte”. Já a ministra da saúde na Palestina, Mai al-Kalia, declarou: “a situação da saúde na Faixa de Gaza é catastrófica. Os partos estão acontecendo em condições terríveis, especialmente em uma perspectiva psicológica”.
O diretor da maternidade Tal al-Sultan do hospital de Rafá, Walid Abou Hatab, afirmou: “20% das mulheres gravidas na Faixa de Gaza tiveram abortos espontâneos devido à guerra com ‘Israel’. Isso causou uma enorme aumento no número total de abortos”. O hospital de Rafá é onde estão acontecendo grande parte dos partos agora em Gaza, pois cerca de 1,6 milhões de palestinos, a esmagadora maioria refugiados, estão nessa cidade próxima à fronteira com o Egito.
Essa é a realidade das mulheres na Faixa da Gaza. Isso se sobrepõe ao número desproporcional de mulheres assassinadas pelos bombardeios israelenses. Enquanto isso, o Estado de “Israel” realiza a maior campanha identitária do mundo em relação às mulheres. Seu principal objeto de propaganda são as mulheres que atuam como soldado no exército israelense. No fim, esse é o resultado do identitarismo, soldadas mulheres despejando bombas na população civil de palestinos. Realizando um genocídio que envolve até mesmo o aumento gigantesco nos abortos espontâneos.