Independente do resultado da análise no Supremo Tribunal Federal (STF), a proposta do Marco Temporal deve enfrentar uma grande oposição da esquerda nacional. A medida já é uma fonte de pressão a mais de 40 mil indígenas no estado de Minas Gerais. Em 2019, foram 135 lideranças indígenas assassinadas. Em 2021, foram 185 lideranças.
Enquanto isso, encontra-se em votação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 490/07, determinando que a demarcação de terra só aconteça quando for comprovado que os índios a habitavam antes de 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição Federal. “Em Minas, quase 100% dos povos serão atingidos, porque a grande maioria veio de outros estados, já expulsos de suas terras por conta de outros conflitos”, disse o representante do Cimi, Haroldo Heleno (idem).
Todas as organizações da esquerda brasileira devem impulsionar uma ampla mobilização contra o marco temporal, de modo a evitar que a tragédia vivida pelos índios de MG se reproduza no resto do País. Os índios já são ameaçados por pistoleiros e jagunços que, a mando do latifúndio, muitas vezes, chegam às últimas consequências e matam os índios, ateiam fogo em suas casas, lhes privam de sono, de comida e mais. Os comitês de luta devem se envolver na luta e garantir que os direitos dos índios sejam respeitados.