Visando debater a situação no movimento operário e deliberar sobre a organização de um trabalho classista e revolucionário no seu interior, o PCO e a Corrente Sindical Nacional Causa Operária (CSNCO), estão convocados a II Conferência Sindical Nacional da Causa Operária, a realizar-se em São Paulo, nos dias 14 e 15 de outubro, sob a coordenação da Secretaria Sindical do PCO (Sesind).
A convocatória do encontro, apresentada pela Secretária Sindical do Partido, foi aprovada no último fim de semana pela reunião do Comitê Central Nacional (CCN).
Poderão participar da Conferência os dirigentes e militantes sindicais da Corrente, bem como simpatizantes, ativistas e trabalhadores das mais diversas categorias, interessados conhecer e debater nossas propostas para a luta dos trabalhadores e ter uma atuação comum conosco, nos locais de trabalho, nos sindicatos, na CUT, etc.
A Conferência é uma necessidade diante da evolução da situação no Brasil e em todo o mundo.
A crise se aprofunda
O agravamento da crise capitalista em todo o mundo, com a clara perda de autoridade política, econômica e militar do imperialismo diante dos acontecimentos da maior importância como a derrota dos EUA no Afeganistão e na Síria, e as enormes dificuldades da OTAN na Ucrânia, que tem como uma de suas principais consequências a aceleração da degradação econômica na Europa, ao mesmo tempo que o verdadeiro levante dos vários países africanos contra a dominação da França e outros, aponta na direção da obrigatória reversão da política neoliberal que o imperialismo impôs ao mundo nos últimos anos.
O motor de toda essa situação é a situação de caos da economia capitalista, marcada pelo gigantesco excedente produtivo, diante da capacidade decrescente de consumo da maioria da população, diante do rebaixamento salarial, aumento do desemprego, etc. Há um acirramento da guerra comercial e a crise chega com muita força aos países imperialistas mais importantes como a Alemanha e a França. A Europa, de conjunto, vê acelerar sua crise, em direção a um verdadeiro colapso. A situação também se agrava, e muito, nos Estados Unidos, diante das derrotas militares, da perda de autoridade internacional e da crise interna no país mais rico do mundo.
A burguesia mundial não vai ficar parada, definhando sem reagir. Tende a ser ainda mais agressiva e inflamar a situação, de certa forma, “jogando gasolina na fogueira”.
Isso tende a levar – diante das pressões – a uma reversão da política neoliberal, das últimas décadas, e a dar lugar a uma nova etapa, o que em certa medida já vem acontecendo: passado de uma política de arrocho salarial, desemprego em massa e especulação a uma política de produção, de medidas emergenciais diante da crise e a uma tendência inflacionária.
Uma nova etapa e novas tarefas
Já há muitos sinais de uma tendência de reação da classe operária. Mas para que ela frutifique, é preciso que se aprofunde a crise e haja mudanças no panorama da situação; como deve acontecer em um período bem próximo, como mostra o panorama internacional.
Nessas condições e como parte do enfrentamento contra o imperialismo que esta crise impulsiona em praticamente todo o mundo, o movimento operário tende a superar a atual etapa de paralisia, de refluxo, como se passasse de 0 a 100 km/hora, de forma muito rápida.
Nesse cenário, a aparência de que “não acontece nada”, as “análises” de que a situação está paralisada, são totalmente falsas; apontam na direção oposta do que realmente está acontecendo, das tendências que se desenvolvem, numa alta velocidade.
Por isso mesmo, precisamos estar preparados para dar conta de impulsionar uma perspectiva revolucionária diante da mudança da situação.
Essa nova etapa vai se deparar com um enorme retrocesso político no interior do movimento sindical (crise de direção), com uma “cegueira” brutal da esquerda que não tem uma política para impulsionar uma perspectiva independente da classe trabalhadora diante da situação. As direções atuais tendem a se chocar (como se deu em todas as etapas de ascenso) com as necessidades dos trabalhadores de reagir à ofensiva do imperialismo em crise.
Diante disso, é preciso armar os setores mais combativos e conscientes do ponto de vista político e sindical para a situação que se aproxima; fazer um amplo debate e trabalho de esclarecimento, para preparar o trabalho exterior.
É preciso fortalecer a organização revolucionária no interior do movimento operário, por meio de um intenso trabalho de agitação e propaganda nos locais de trabalho, partindo da luta pelas reivindicações mais imediatas dos trabalhadores e de uma política própria dos explorados diante da crise.
Uma Conferência aberta
Para a Conferência serão aceitas contribuições de todos os militantes inscritos sobre os temas em debate, tais como:
- Crise capitalista, situação política, a crise da burocracia e a luta por uma nova direção classista para o movimento operário;
- O Programa do movimento operário (a partir das propostas aprovadas na III Conferência Nacional dos Comitês de Luta);
- Organização do Coletivo Sindical;
- O trabalho de agitação e propaganda nas categorias sindicais: Boletins e Correntes sindicais;
- Programa Análise Sindical (COTV), sites e outros na internet.
Para mais informações e inscrições:
https://forms.gle/P5ZgTTNc5fpZrC1z5 ou entre em contato conosco em um dos telefones: 14997280289, 61982007386, 8188754242, 11983440068
Fonte: Diário Causa Operária (DCO)