Greve encerrada com derrota para os rodoviários no Recife

Os operários do transporte rodoviário do Recife encerraram hoje a greve da categoria após seis dias de paralisação. Segundo o portal de notícias G1 (de propriedade da golpista Rede Globo), “os rodoviários pediam aumento de 5%, vale-alimentação de R$500 e gratificação de R$200 pela dupla função de motorista e cobrador, exercida pelos rodoviários. A Urbana-PE tinha oferecido reajuste de 3%, vale de R$ 370 e gratificação de R$150” (Greve de ônibus é encerrada após seis dias de negociação entre patrões e trabalhadores; saiba quando todos os coletivos voltam, G1 PE, 31/7/2023).

No acordo firmado, os patrões comprometeram-se a reajustar tudo em 4%: salários, vale-alimentação e também a gratificação por dupla função. Dos seis dias paralisados, quatro terão abono, mas dois dias deverão ser compensados por meio de horas-extras, conforme o dirigente do Sindicado dos Rodoviários, Aldo Lima. Ao G1, o sindicato dos patrões (Urbana-PE) informou que o acordo será “estritamente respeitado” (idem), afirmação estranha que indica uma tendência contrária, o que acende um alerta para a categoria.

Segundo o Dieese, o valor da cesta básica na capital pernambucana era de R$621,14 no mês de junho, o que torna os R$500 para o vale-alimentação uma piada. Considerando o tamanho médio das famílias operárias do País, de dois adultos e duas crianças, apenas para que as famílias dos trabalhadores rodoviários não passem fome, o montante dispensado a título de prover comida à família deveria ser R$1.863,42, e isso apenas para não passar fome.

Os trabalhadores, suas famílias e os comitês de luta devem se mobilizar para manter a pressão sobre os patrões e garantir que as condições mínimas de subsistência da classe operária seja atendida, através de salários condizentes com os custos de vida.