Comitês de Defesa da Revolução, o poder nas mãos do povo cubano

Há 60 anos, é criado o CDR (Comitês de Defesa da Revolução) a maior organização de massas do povo cubano. Criada por Fidel Castro, em 28 de setembro de 1960, quando discursou na cerimônia realizada em frente ao antigo Palácio Presidencial, em seu retorno da visita às Nações Unidas, quando denunciou os planos do imperialismo norte-americano e o risco que esses planos representava para a Cuba e para todo o mundo.

No ato, ocorreu uma explosão que gerou uma forte reação de Fidel, que foi enfático no momento: “Vamos estabelecer um sistema de vigilância revolucionária coletiva. Eles estão brincando com o povo e ainda não sabem quem é o povo; estão brincando com o povo e não conhecem a tremenda força revolucionária que existe no povo.” E essa é a origem dos Comitês de Defesa da Revolução. Com a finalidade de estabelecer novas estratégias que visavam preservar os avanços atingidos pelos cubanos desde 1959, hoje a CDR é um instrumento de poder do povo trabalhador cubano, com mais de 8 milhões de pessoas que integram o trabalho de forma voluntária e conta com mais de 138 mil células espalhadas pela ilha caribenha.

Os CDR estão estabelecidos como células de bairros, centralizando as necessidades do povo para defender a Revolução. A organização reúne a grande maioria da população com mais de 14 anos que deseja trabalhar em benefício da comunidade. Em entrevista à COTV, o cônsul de Cuba, Pedro Monzón, destaca que o CDR tem o objetivo claro de unir o povo. “O comitê é uma amostra do caráter democrático de Cuba desde o início da revolução e desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do processo revolucionário.”

Monzón também recorda do papel fundamental que o comitê desempenhou pela luta da libertação dos cubanos antiterroristas – presos 16 anos nos EUA – por meio das mobilizações populares impulsionadas pelo CDR. O comitê que foi criado com a finalidade de realizar tarefas de vigilância revolucionária, hoje conta com mais atribuições de interesse popular, como a educação – com campanhas de alfabetização – na área da saúde com as campanhas de vacinação, doação de sangue e na parte sanitária, no combate ao agente transmissor da Dengue, mobilizando os vizinhos para a inspeção ou fumigação das moradias.

Desde a constituição do Poder Popular em 1976, os CDR têm desempenhado um papel fundamental no processo de indicação de candidatos pelos próprios eleitores nas assembleias dos bairros, evidenciando que a democracia em Cuba, está muito além das ditas democracias do Ocidente, que se dizem democráticas, mas sempre com suas eleições de cartas marcadas e com candidatos subservientes ao imperialismo.

Os processos eleitorais em Cuba, de fato, conta com a participação do povo, que oferece a oportunidade única de exercer plenamente os direitos civis e políticos como parte dos direitos humanos, ou seja, quem dita as regras, é o povo. Podemos observar que o CDR é fundamental para garantir todas as conquistas realizadas por meio da Revolução, um instrumento poderoso nas mãos do povo trabalhador cubano e, um modelo que precisa ser observado por todo mundo.