O governo de São Paulo quer abrir 1000 novas vagas para o programa de “comunidades terapêuticas”, também conhecido como o mais recente programa de limpeza das ruas de São Paulo.
De acordo com uma matéria da Folha de S. Paulo (Governo Tarcísio vai expandir comunidades terapêuticas para viciados em drogas, 25/06/2023), “No período de 6 de abril a 17 de junho, 37,1% das pessoas que passaram por triagem no Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, no centro de São Paulo, foram encaminhadas para comunidades terapêuticas. Os demais foram direcionados a hospitais especializados (38,9%) e casas de passagem (13,2%).”
Essas pessoas muitas vezes não estão na capacidade de decidir por si mesmas, bem como essas “comunidades terapêuticas” recebem muitas críticas por não resolverem de fato o problema.
Além disso, não se sabe exatamente como são tratadas as pessoas que vão para as tais comunidades. Muitas vezes, essas clínicas são verdadeiros hospícios, quase um presídio, onde os pacientes são tratados de forma sub-humana.
Outro ponto a ser abordado é que a verdadeira intenção do governo não é ajudar essas pessoas, mas sim, na prática, “limpar” os focos de moradores de ruas e usuários de drogas pela cidade, não para ajudá-los, mas para deixar a cidade “mais limpa”.
Não interessa o quanto de pessoas sejam tiradas das ruas, enquanto os problemas sociais e econômicos não forem resolvidos de maneira geral, não existe “comunidade terapêutica” grande o suficiente para acobertar os crimes do governo.