Em recente comunicado de imprensa da ONU Mulheres, a organização divulgou que o Estado nazista de “Israel” já assassinou mais de nove mil mulheres na Faixa de Gaza. O que significa que as forças israelenses de ocupação estão matando 63 mulheres por dia neste verdadeiro campo de concentração a céu aberto.
Deve-se ressaltar que esse número de mortos é certamente subestimado. Afinal, o número de palestinos desaparecidos já ultrapassa oito mil, cuja maioria provavelmente já está morta.
Contudo, as mulheres palestinas são alvos de vários outros tipos de violência, para além do assassinato.
Por exemplo, elas precisam lidar diariamente com a fome, tanto delas mesmas, quanto de seus familiares. Estando as mulheres entre os setores mais vulneráveis de uma sociedade, a opressão sobre elas tende a ser mais acentuada. Nesse sentido, segundo informa a emissora libanesa Al Mayadeen, reproduzindo informações da ONU, “mais de quatro em cada cinco mulheres (84 por cento) afirmam que a sua família consome metade ou menos do que consumia antes da guerra”.
No relatório da ONU, também foi constatado que as mães e mulheres adultas “comem por último, menos do que comiam, e menos do que todos os outros membros da família”. Para além disto, 84% das mulheres de Gaza relataram que precisam pular refeições 95% das vezes, em razão da política de bloqueio imposta por “Israel” e o imperialismo.
Ainda no que diz respeito à fome, as mulheres palestinas ainda são obrigadas a verem seus filhos e filhas morrerem de inanição, graças ao genocida Estado nazista de “Israel”. Apenas nesse último final de semana, 16 crianças palestinas morreram de fome nos hospitais de Abu Youssef Al-Najjar, em Rafá, e Aduan, na Cidade de Gaza. É necessário explicar que uma mãe ver seu filho ou filha morrer é uma forma de violência contra a mulher?
E a morte das crianças se dá também em razão de que as próprias mães estão em situação de fome, de desnutrição aguda. Conforme reportagem da Al Mayadeen, “médicos em Gaza alertaram que uma em cada cinco mulheres grávidas que frequentam uma clínica importante no centro de Gaza sofre de subnutrição”.
Ainda segundo a emissora libanesa, 45 mil mulheres grávidas e 68 mil bebês em Gaza já foram deslocadas forçadamente em razão dos bombardeios genocidas e das incursões criminosas das forças israelenses de ocupação. Dessas mulheres, as que ainda vivem, muitas estão em risco de sofrer aborto. Outras deram à luz em situações extremamente precárias. Por sua vez, houve ainda aquelas que foram assassinadas com seus bebês ainda em seus ventres.
Além dessas atrocidades, as mulheres palestinas ainda são vítimas de estupro pelos israelenses. Isto quando não são executadas de forma arbitrária, em frente de seus familiares.
Segundo relatos colhidos por funcionários da ONU, e noticiado pela Al Mayadeen, há inúmeros casos de mulheres e garotas palestinas que foram deliberadamente assassinadas, juntas de seus familiares, pelos soldados israelenses, até mesmo enquanto fugiam dos bombardeios e das tropas invasoras.
Quanto àquelas que foram presas arbitrariamente pelas forças de ocupação, houve casos de mulheres e garotas presas em celas ao relento, tomando chuva, e sem que lhe dessem comida. Ademais, há os relatos de abuso sexual, com mulheres sendo despidas e revistadas pelos fascistas de “Israel”. Como não poderia deixar de ser, pelo menos duas prisioneiras palestinas foram estupradas por soldados das forças de ocupação.
Certamente um número muito abaixo da realidade, pois mais de sete mil palestinos foram presos na Cisjordânia desde o 7 de outubro, totalizando 12 mil palestinos nos cárceres sionistas. Nessas masmorras, a tortura e o abuso são a regra.
Ademais de todas essas ações genocidas expostas acima, deve ser citado o crime cometido contra Rania Abu Anza, cujos gêmeos foram assassinados pelas forças de ocupação.
No sábado, “Israel” bombardeou a casa da família, assassinando 14 membros de sua família, inclusive seus dois filhos gêmeos, Wesam e Naeem Abu Anza (um menino e uma menina), de cinco meses. A mãe palestina estava casada há 11 anos, e tentava engravidar há 10, tendo sido necessárias três rodadas de fertilização in vitro, segundo informações da agência de notícias Associated Press. “Estávamos dormindo, não estávamos atirando e não estávamos lutando. Qual é a culpa deles? Qual é culpa deles? Como vou continuar a viver agora?“, disse Rania Abu Hanza:
Toda essa violência contra as mulheres palestinas torna necessário que no próximo 8 de março, dia internacional da mulher trabalhador, a defesa de mulher palestina seja a palavra de ordem central.