Através do Ministro do Trabalho Luiz Marinho, o presidente Lula está determinado a reverter os estragos causados pela reforma trabalhista do golpista Michel Temer (MDB), um crime cometido contra os trabalhadores em 2017 e responsável pela asfixia dos sindicatos ao abolir a “contribuição sindical”, um pagamento anual equivalente a míseros 3% do salário do trabalhador, em vigor desde 1940. Sem surpresa, a imprensa capitalista, que nunca defendeu os interesses dos trabalhadores, não perdeu a oportunidade de se opor a algo que fortaleceria as organizações trabalhistas. Os mesmos cínicos que apoiaram o golpe e aplaudiram a “reforma” trabalhista de Temer, fantasiaram-se de defensores dos salários do proletariado, uma hipocrisia nauseante.
“Acho péssimo porque obriga o trabalhador a pagar algo que ele não escolheu. E aumenta o custo do trabalho, principalmente dos trabalhadores menos qualificados. Espero que não consigam aprovar no Congresso. Para ter uma contribuição deste tipo, é fundamental acabar com a unicidade sindical antes”, declarou na condição de “especialista” ao jornal golpista O Globo José Márcio Camargo, o economista-chefe da Genial Investimentos, uma corretora que administra fundos de R$160 bilhões (“Zero estrangeiro, alta de juro e bolsa parada: a previsão ‘perversa’ do CEO da Genial para 2023”, Guilherme, Exame, 26/12/2022).
Trata-se de um cinismo que impressiona pela cara de pau. O trabalhador não escolheu dar metade dos impostos pagos à rolagem da trilionária e criminosa dívida pública, mas paga, sem receber absolutamente nada em troca e com isso, faz a fortuna de banqueiros e toda a sorte de salteadores como os capitalistas da Genial. Ainda, fosse dado ao trabalhador o direito de escolha, ninguém dúvida que praticamente a totalidade da classe rejeitaria com veemência os mais de R$54 milhões dados pelo governo federal a um dos piores cânceres do País: o Grupo Globo.
A reforma de Temer, um ato calculado para enfraquecer os sindicatos, levou a uma onda de falências e à diminuição drástica da influência dessas organizações. É vital que os trabalhadores entendam a importância de apoiar a revitalização dos sindicatos. Mobilizar a classe trabalhadora e vincular a defesa dos sindicatos aos seus interesses diante da crise é o caminho a seguir.
Os sindicatos, apesar de suas falhas, são a linha de frente na proteção dos direitos dos trabalhadores. É hora de os trabalhadores se unirem e defenderem o ressurgimento das contribuições sindicais e a autonomia de suas organizações, sem interferência do Estado ou da nojenta, cínica e mentirosa capitalista.