Na última quarta-feira (3), um homem de 26 anos foi assassinado pela Polícia Militar em Santos, no litoral de São Paulo, na praça José Lamacchia. Segundo informações enviadas ao Diário Causa Operária (DCO) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado:
“A equipe realizava patrulhamento quando se deparou com três suspeitos armados. Houve confronto e um deles foi atingido, ele foi socorrido por populares que não aguardaram a chegada do Resgate ao P.S da Zona Noroeste, onde morreu.”
A Secretaria, chefiada pelo capitão Guilherme Derrite (PL), ainda afirmou que “com ele foi localizada uma sacola com porções de maconha”. “A perícia foi acionada e as drogas apreendidas, bem como a pistola que estava com o homem e uma quantia em dinheiro. O caso foi registrado como drogas sem autorização ou em desacordo, morte decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio no 5°DP da cidade”, disse o órgão ao DCO.
O assassinato ocorreu dois dias depois que o governo de São Paulo anunciou o fim da Operação Verão na Baixada Santista, responsável pela morte de outras 56 pessoas no que entrou para a história como a segunda maior chacina da história do estado, atrás apenas do Massacre do Carandiru.
As justificativas fornecidas pela SSP citadas acima são, inclusive, idênticas àquelas que foram utilizadas para justificar os 56 assassinatos feitos durante a Operação Verão. Operação que, segundo denúncias feitas pelos próprios moradores da Baixada Santista, contaram com execuções, torturas e com a adulteração de diversas cenas do crime.
Ao ser questionada por este Diário, a Secretaria afirmou que “a morte não faz parte do âmbito da Operação Verão”. Entretanto, fato é que, na prática, representa a continuação da chacina perpetrada pelos policiais do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). No mínimo, uma indicação que, apesar de não oficialmente, a matança na Baixada Santista continuará.