Atacando toda a população paulista, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou projeto de lei determinando a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). De um total de 94 deputados, 62 votaram favoráveis à entrega da companhia ao capital privado, sob protestos dos deputados da oposição, que se recusaram a participar da votação.
A recusa da oposição se deu em razão da violenta agressão da Polícia Militar de São Paulo aos funcionários da Sabesp (e apoiadores), presentes na sessão para protestar contra a entrega da companhia. A repressão tornava inadequadas as condições para a votação.
Além da repressão policial, o próprio projeto de lei também se caracterizou por ser antidemocrático. Primeiramente, tramitou em regime de urgência sem nenhuma necessidade. Segundo, nem mesmo foi estimado um valor pelo qual a empresa será vendida, e muito menos qual será a participação acionária do governo após a privatização.
A política da direita e do governador tucano e bolsonarista Tarcísio de Freitas é entregar o patrimônio do povo paulista aos capitalistas, sem nenhum benefício para a população, que já pode esperar o aumento das tarifas e a falta de um serviço de qualidade – como ocorre com a energia privatizada: as contas de luz são caras e o descaso da Enel recentemente deixou milhões de paulistas sem energia durante dias.
As privatizações prejudicam o povo. Primeiro, todo o investimento público que havia sido feito na construção das estatais, um patrimônio da população, é utilizado pelos capitalistas para acumular mais capital, em detrimento dos funcionários da empresa, que são demitidos em massa. Segundo, como o interesse do burguês que adquiriu a empresa é somente a acumulação de capital, não há preocupação com o desenvolvimento da empresa e de sua infraestrutura. Consequentemente, a qualidade do serviço cai vertiginosamente, sem o número adequado de funcionários e com a infraestrutura sucateada para atender a demanda da população.
Trata-se de uma enorme derrota para a população de São Paulo, que verá o sucateamento do serviço de fornecimento de água e tratamento de esgoto e um aumento do preço do serviço.